quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Difícil nomear

O som do francês em meus ouvidos
Rasgam minhas roupas
Até poder chamá-las de trapos.

Meu sapato de cristal é pontiagudo
E corta não só o pé como o resto de audição.

Então vamos decorar a tradução
Da música
E dos sinais confusos,
De um quase
Que possivelmente foi escrito em francês pois não é de tão fácil compreensão,  embora subentendido.

Eu sei dos anos que as vozes carregam pelos fones de ouvido
E não quero calar a minha,
Nem grita-la
Desafinada.

Serei ladra
Para cantar e dançar com os ciganos
As letras de poetas assumidos
E,  roubar da Catedral de notre Dame
Suas metáforas:
Torna-me-ei outro personagem
Fadada a viver com as flores que os homens trazem
Para conhecer meu jardim.

Vamos chorar.
O tormento dentro de mim,  As borboletas
Sempre foram morcegos mal-compreendidos
Como os estrangeiros em Paris
Fugitivos e leitores de mãos.
Chega!
Pois chego ao meu limite
Da semana
Do tato
E,  inevitavelmente, 
Da canção.

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