quarta-feira, 13 de abril de 2022

das voltas dentro do polígono

Perante as minhas nuvens 
Entre o céu da boca que um dia já se calou
E proclamou dependência de um antigo mundo,
Entre os dentes trincados por pequenas mágoas:
Águas passadas que voltam em chuva.

            No caminho de uma escadaria.
Atrás da garagem.
                             De frente à fumaça.
                                                          Dentro de uma fuga vestida toda de branco.

Detalhes por detrás dos óculos escuros em plena noite
Alento e perfume distintos, soberbos
Pulso de quem morre e volta:
Eu lembro de quando jovem e isto era, mais do que novo, inédito.
Eu lembro como se sonho fosse piada e os pecados voltassem pela janela aberta.

[
Cabelos escorrem cor na madrugada.
Mãos firmes e lantejoulas no chão vermelho.
Murmúrios ao fundo, final de janeiro.
Nem datas, nem terras
Nem nomes, nem eu
Nem eu sei ao bem o porquê de lembrar de tudo isso.
]

Sem foco, sem fome.

Vindo do sangue que também me pertence, eu me invoco!
Eu me provoco ao provar das provas de um pseudo crime
Pseuda crença de que não devia agir,
Parcela pequena e primeira de muito que ainda haveria de chegar - e partir.
( Mesmo em mesma noite )
(( Mesmo não sendo mais a mesma))
((( Ao mero acaso e esmero, espero 
Que eu não esqueça ))).