terça-feira, 31 de maio de 2016

Unidade

Mais um dia primeiro
E os números seguem
Como se fossem o primeiro.
Primeiramente,  desculpe me pela repetição
É que minhas pétalas dançam hoje
Em volta da fogueira que acendeste.

Cada vela nova que torna-se fogo é diferente
É banho que não pode ser repetido em mesmo rio
Ou ceu da boca em riso.

Desde a primeira flama
Não ouve cessar
Não se ouve falar
Todos os tons que o meu azul revelou em flor.

Eu sou uma constelação
Que almeja a chuva de meteoros
Por mais duros que sejam ao colidir.
Basta um toque
Que as estrelas brilham em gritos
Doentes de astros
E amanheceres.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ninho

Um relampejo vermelho no céu anterior à chuva
E eu me faço pensar nas cores
No arco íris que brilha de noite
E no sangue que ferve.

Os asas de pássaros oferecem acolhimento
E esta é a palavra do dia,
De um banho de espuma
E uma vela acesa.

...

Os olhos conseguem descansar em calmaria
Sem que a água do mar afogue
Mas ainda assim deixe molhada.
Ondas vem e vão
Sempre desfazem-se na praia,
Areia de marinheiros em despedida.

Antes de quaisquer questionamento
Em uma madrugada
Não tão fria quanto as outras
Um pacto foi feito.
Sem mais arrependimentos,  juramos nós duas
E assim devemos seguir,
Assim nos cobramos de nossas palavras
Até quando outras juras sobreponham-se
...
Pois este é o único compromisso que realmente há
O com a vida.
Há vida.
A vinda.

domingo, 8 de maio de 2016

A perturbação

Todos os viciados são a sarjeta.
Eu me vejo presa
Dependente da Química
Dos comprimidos e dos braços. 
Nem sempre respiro quando presa neles. 

O rasgo em mim
Como qualquer tecido de chão,
Deslumbra flores azuis.
A dor de senti-las respirando
Crescendo e alastrando o peito é constante
E permeia mesmo ao dormir.

Esses sonhos decidem o que há de acontecer.
O pêndulo varia entre o céu e a garganta
Mas,
todos os rascunhos da noite querem ser coloridos
E construídos. 


quarta-feira, 4 de maio de 2016

Sereno

Abro mão da saúde
Dos assobios frívolos pela garganta
E a certeza de um cobertor.
O quente está em contraste
Na frieza da madrugada
Como as estrelas desaparecendo com o chegar da manhã.

Abra a mão da saudade
Dos rodopios dignos pela varanda
E a destreza de um conhecedor.
A quem te vá em desgaste
Na beleza da inventada
Come as estradas desmerecendo com o chamar de amanhã.

Grave bem os dizeres
Por todo o tempo que adoeço
Para curar uma memória perfeita.

As estrelas choraram
E nem sabem o porquê.
Mas suas lágrimas regaram o chão
Que queriam brilhar mais que o céu.

Suas lágrimas resgataram o chão
Que queriam brilhar mais que o teu véu.