Não consigo parar de mentir
toda vez que perguntam o porquê deste rosto triste
e eu falo que é sono, canseira, piada velha
O fone de ouvido estalando o novo do rock
o antigo das dores
o atual dos meus tremores e traumas para todo um sempre.
Hoje eu não consegui falar
e pode ser que seja sempre assim, entalado no meu italiano
como as coitadas das sardinhas no azeite:
tenho dó, mas como.
Escondi, menti, roubei a verdade e até matei parte do que mais amava em mim
em troca do silêncio nem sei de quem
pois tantas outras vezes fui lágrimas, rios, chuva
no travesseiro fora de casa, no banho, de baixo da bancada do corredor
regando uma nova eu.
E as flores não têm costume de falar.
mas eu teimo em escrever.
B²