que durante o êxtase eu sinta um perfume
E veja com clareza os dedos virando as páginas
E sinta o gosto
E veja o espaço
E chore
tudo junto nos poucos segundos que quebro o silencio da madrugada
quando o gemido foge da minha boca.
Sinto um calor queimar-me de dentro pra fora
O suor riscar minhas pernas
E o cabelo grudar no rosto.
Sinto por não ter aqui onde apoiar
Pra não cair
de volta pra realidade.
Ou da cama.
A fraqueza dos meus braços retorna
Como as pontadas no meu peito
Ora doloridas, ora não.
Ora dor requerida.
E o sono me toma nos braços
Pra quem sabe um outro desfecho
Quando os olhos estão fechados
e não se revirando ou chovendo.
B²