quarta-feira, 29 de abril de 2015

Miados sem Lua

Forjado nas rodas desestruturadas
Vinde !
Direção : para que são as asas sem essa?
Branca e pés próprios
Desmistificam os pulsos no peito
inviáveis e mal digeridos...
Tudo ia bem demais.

Conflitos e jogos de palavras cordiais
Não há o que fazer ao badalar suave
Já é meia noite
- Para onde ?
- Até aonde a gasolina permitir.
Poder corrompe e compromete,
Indecisão contorna sorrisos desgastantes,
como os de quem só viverá mais uma noite
e não crê na própria situação :

é só a ponta do iceberg.

Por hora é só
a solidão de uma madrugada estrelada
e doce nas estrelas dos olhos.
Sopra o vento, nuvem!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Sorrisos aveludados

Desculpe-me pela grosseria
mas hoje não estou feliz,
estou apaixonada pela minha vida.

Emociona, lágrimas balançam como a roupa
em rodopios
tão azuis,
e luminosos.

O que mais posso pedir?
Imortalidade, eu diria.
Deixo a doença de lado
eu a venço, hoje.
O que poderia ser mais importante do que Hoje?
Jamais o ontem, nunca o amanhã.
Comentários tolos, mas necessários...

Tão tolos, os versos descascam-se, harmoniosos
Cantam alto agora,
pois em breve, devem sussurrar.
Mas,
ah
esse sussurro traz medo, medo daquilo que já não conhece mais
De um amor nunca provado
pois foi sonhado em noites diferentes.

Reaprendendo a olhar nos olhos
e ousando a tocar as pupilar alheias com as minhas.
O Destino nunca fora tão bom,
e é isto que me traz medo: o que Ele me trará?
Resposta: provavelmente aquilo que quero e não tenho a coragem de ter.

Tentando desassociar nome de homem
abordando em um papel
as margens cor-que-mais-amo
em ponta fina quebrada,
em perfume sentido de relance
e respirações na nuca.
Se um dia souber falar da felicidade bem da forma que é,
Ah,
tamanho azar desses poetas
pois jamais saberão como é
viver a inconstância
e ser uma contradição.



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Reencontro agridoce

Finalmente, nosso final que mente.
Recebi suas cartas, doces
e apelos para que voltasse.
Exitei, por um tempo
Pensei que seria errado...
Mas, sempre soubemos que pertencemos um ao outro.

O problema sempre foi a dominação.
Apresentou-se a mim como se fosse se submeter a minhas palavras,
Deixou-me vestir suas luvas para que eu acreditasse
na época da inocência
que eram agora minhas.
Você que me escolheu
e isto nunca mudará,
vive por minha conta
e eu pela tua.

Demos as mãos e esquecemos
que o mais importante
era o dedão tocar o mediano antes da despedida:
Triste, trágica, impetuosa.
Todo o seu rio poderia ser lavado com as lágrimas
que derrubei
e que limparam teu rosto branco,
magnificamente pálido.

Seu sobrenome me serviu por muito tempo
e adiamos o divórcio em um ano, dois.
Agora, caro melhor amigo e amor destrutivo
continuaremos a nos ver,
este ano
e no próximo.

Fui dar a notícia a minha mãe.
'' Ele voltará ''
A falsidade tomou cada timbre de minha voz falha,
queria tanto chorar
mas não queria que ela visse tudo isso novamente.

Por sua causa, não soube poetisar
Homem medíocre, devolva minhas rimas
e a arte dos versos não descritivos.
O ser subjetivo volta então:

Marcou-me
o rosto fino
a perna direita manca
os olhos grandes
e,
o seu sorriso agora não podia ser separado dos meus lábios.

Em outra mentira incerta
falei que é, sim, falei,
o mais importante.
De certa forma,
deve ser
pois sem você
eu não teria realizado minha sombra.

Adoçamos tantas vidas e
nossas almas tornaram-se difíceis,
improváveis de serem analisadas.
Quem é o personagem e quem é o ator?
O que é realidade e o que é sonho?
Maldição vestida de roxo e cartola.

Queria poder beijar-lhe
mas sei que só existe quando visto suas roupas.
Pegamos o calendário mais uma vez
...
Não me olhe desse jeito, sei o que quer
uma voz para suas palavras
e eu,
Ah,
só quero mais um outro nome
para minha coleção
e poder dizer através deste
o sutil que sou
e a convulsão que somos.

Boa noite estrelinhas,
numerem a falta dele.
A Terra diz:
Ele vai voltar!



A primeira das últimas vezes

A arte de rimar imagens
Da catarse retiramos as nuvens,
devolvemos às ruas
antes que todas voltem a ser iguais
e o caminho se torne confuso
e eu perdida.

Como sempre
os sapatos jogados no canto
e virados para baixo, contra superstições
tradições
e pedidos.

A despedida foi tão bela
a ponto de alcançar a perfeição.
Disse:
Vá, tudo que desconheço de mim, vá sem ir.
Confusos,
dormiram sem saber de fato o que eram.
Ninguém sabia, nem o próximo verso
ou estrofe.

Goles
de má formação na garganta,
azedo ou doce
indiferente mas absolutos de teor
vigoroso,
maior que todas as estrelas do céu da boca
enrustidas em poemas em guarda napos de bar.