segunda-feira, 13 de julho de 2020

me diz

O tempo não deveria, dessa vez, estar a nosso favor?
A feridas não se curam?
''como pode falar de agora?''
Eu que tanto sou e venho da Lua
cheia de ti, dela, de mim,
canto e choro, morro e vivo novamente para morrer mais uma vez
sob o céu sem lua

eis que essas palavras me ferem
Algumas imagens me doem de formas que não esperava

São tintas velhas no porão,
no canto do palco em que a fumaça forma seu rosto
mesmo incerto.

Uma noite, uma música
uma nota inalcançável
sem fôlego ou comparações.

Finais tristes são os mais belos
cortados pela corda ou arma
num vermelho que mancha meu vestido branco:
não de casamento, mas personagem, mais uma vez.

Anjo da música, cante a canção
leve-me pelo rio debaixo de sua capa
em que homem e mistério estão,
vinde uma história tão desentendida
e dolorida
quanto bela.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

1° de Julho

Quase sem querer 
Os acontecimentos se alinharam mais de uma vez
Como uma santíssima Trindade das mágoas,
Em mesma data,
Por três anos seguidos,
morri.

Cada uma delas sob o frio extremo da noite 
seus ventos que levavam embora as festividades juninas 
para trazer o inevitável.

Qual foi a ultima vez que você chorou? 
Minhas lágrimas me inundam e renovam toda semana 
E por mais que as datam tenham passado: 
Se renovam.
 
Sê! 
E quem renova? 
Quando cada vez mais perto chega a se completar 
Mais uma vela no bolo 
E dedos contando no bolso 
Quanto tempo falta para o fim.

Algumas datas machucam 
Mesmo como algemas 
No canto, no chão 
Em algum lugar esquecido, mas presente 
Embrulhado com fita
Em volta do pescoço.

Existem forcas e forças que trabalham juntas 
A favor do chão,
em que se deita e derrama 
o que for que doa 
nesses tempos estranhos.