segunda-feira, 9 de abril de 2018

Toda faísca de luz

Como as formigas que tantos transitaram meus braços, alguns grãos de memória permanecem-me leve.
Riscam-me a pele com doçura
Em traços ternos, eternos;
Meros fios a conectar-me
Em mim mesma.

Muito uso de pronomes pessoais oblíquos,
Muitas idas ao espelho com diferentes vistas
Revistas nesse vidro embaçado
Enlaçado no pescoço.
Que não seja nó
Mas nós:
Eu e você, minha memória amada.

O azul escorre mas ainda mancha a rosa, E na ponta dos dedos
Invoca a permanência
dos tons do céu no tempo exato.