Por onde começam as linhas,
Estrofes
Quando há tanto a se dizer?
Quando as costas estão cansadas
de repetidas histórias e goles e costumes
?
O espelho responde somente a mim e sou eu aquela quem diz o que vê
E ele já está trincando
Voltando ao que já foi
E sempre foi
Estilhaços entrando na pele.
E que entrem e cortem
Porque o sangue ja está todo no chão há algum tempo
Porque as diretrizes não são as mesmas
E assim estancam o vermelho quente,
Desde que não cortem a voz
Rouca.
Gritos
Desde que arrranhem a garganta
E não mais as paredes.
Desde que a saturação acabe
Ou me acabe.
...
Aqui no meu canto eu me acho
Cato os pedacinhos no chão sem o barulho la de fora,
Sem o tanto que discordo
E tento remar contra.
Dou um jeito
Do meu jeito.
Ontem, a primeira das primeiras noites
Hoje, a primeira das últimas.
Ambas estranhas, ríspidas dentro de um corpo cansado e desacostumado
com tanta mudança.
E me flagrei boba olhando a janela
Esperando encontrá-lo.
Demora um pouco para acostumar
com as pernas saídas do mar
E olhos agora abertos.
Abraços que faltam e outros que fizeram falta nos meus braços riscados
De rascunhos das minhas vidas e também mortes passadas.
Os dedos procuram lar vagarosos entre o teclado
Digitando pensamentos vazios de saudade
Até adormecerem...
e os sonhos serem cruéis com a realidade que apenas nós lembramos.