domingo, 25 de fevereiro de 2018

A pequena rosa

Não há tantas outras palavras que possam ser usadas sem que as abelhas as roubem,
mas as pétalas, o perfume e os beijos permanecem ante minhas mãos 
Até que os dedos acabem mais uma vez a contagem e seja dia sem espinhos.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Entre crises e carnavais

Por onde começam as linhas,
Estrofes
Quando há tanto a se dizer?
Quando as costas estão cansadas
de repetidas histórias e goles e costumes
?

O espelho responde somente a mim e sou eu aquela quem diz o que vê
E ele já está trincando
Voltando ao que já foi
E sempre foi
Estilhaços entrando na pele.

E que entrem e cortem
Porque o sangue ja está todo no chão há algum tempo
Porque as diretrizes não são as mesmas
E assim estancam o vermelho quente,
Desde que não cortem a voz
Rouca.

Gritos
Desde que arrranhem a garganta
E não mais as paredes.
Desde que a saturação acabe
Ou me acabe.

...

Aqui no meu canto eu me acho
Cato os pedacinhos no chão sem o barulho la de fora,
Sem o tanto que discordo
E tento remar contra.
Dou um jeito
Do meu jeito.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Retorno e ida

Ontem, a primeira das primeiras noites
Hoje, a primeira das últimas.
Ambas estranhas, ríspidas dentro de um corpo cansado e desacostumado
com tanta mudança.

E me flagrei boba olhando a janela
Esperando encontrá-lo.
Demora um pouco para acostumar
com as pernas saídas do mar
E olhos agora abertos.

Abraços que faltam e outros que fizeram falta nos meus braços riscados
De rascunhos das minhas vidas e também mortes passadas.
Os dedos procuram lar vagarosos entre o teclado
Digitando pensamentos vazios de saudade
Até adormecerem...
e os sonhos serem cruéis com a realidade que apenas nós lembramos.

É uma semana estranha
Mas eu sempre fui estranha.