sábado, 30 de maio de 2015

Prece

Que Deus abençoe a ficção!

Formalidades

Que belo casamento seria
se as trompetas tocassem a música
em campos de séculos passados.
Ou
se os convidados avisassem os noivos
que ambos devem estar cientes
daquilo que se submetem.

Tudo cintilante
Cores frias e lábios quentes,
contraste do branco e preto com vermelho.
Rodopios no salão
e um instante de paz :
pedido a mão para dançar.

Sonhos fundidos em realidade,
tristezas disfarçadas nos sorrisos
e concebidos nas aceitação da covardia
em não saber dizer
o sentimento
transformado em foto!




quarta-feira, 27 de maio de 2015

O sorriso ensanguentado da Lua

Dominado pelo desejo e frustração,
as palavras do homem contemporâneo surgem em meio às cinzas.
O que é visto nem sempre é o que deixa ser,
por não saber se representar
ou,pior e maravilhosamente,
quando isto é desejado :
dissimulação.

A vontade de querer viver.
A filosofia ainda regia as mãos do poeta
cujo nome ainda estava enterrado,
vetado às amarras de cordas finas.
O desejo em uma ansiedade eterna circular,
um pelo outro e nenhum recíproco,
cheios de palavras dadas desassociadas de um período.
O anseio e revogação para sopros ideais em um vento nublado,
perigoso em cores sofridas
artísticas veneradas.

A música possibilita que as mãos escorram
sem precisar se virar e mirar os olhos
- que não estão a ver o que se desejaria.
Um mundo de beldades aleatórias
sem compromissos
vencidos no monólogo aos dedos,
lambuzados de sangue e venerado
- quando não repetido sem honra -
dado à boca jamais chamada de lábios,
melódicos quando caramelizados marcados com digitais.

Quando um relógio inexistente toma mais sorte
que a força regente das palavras,
pois bebe do toque do rosto branco :
Seguinte ao pulso de quebras vermelhas,
inspirações em gestos e teclas de marfim, majestosos.
A realidade, maldita, fundada em tolices ri ao ver
o amor às mãos
de toque possivelmente leve, deduzidos de cinco em cinco,
dormentes.
Todas as juntas gritam anéis de dor.

Ao lançar um beijo,
o toque à medição da fala pede,implora
a segregação de cada célula branca e sorrida,
para se tornar possível recolher cada caco cortante no chão.

E, se perguntasse o que é o amor,
o que seria respondido?
Ou, pior,
o que não se pode responder?
A primeira imagem representada em uma mente perturbada
dissolvida na estética da solidão :
o esperar, dia após dia,
noites e madrugadas,
por uma despedida.
A dor nas costas pertence à saudade da própria,
nunca vivido e puramente desejado :
metalinguístico e excessivo dos objetos pecados na...
dormente palma.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Delírios de um poeta

Do fundo da janela avistou a escuridão
profunda em brasas de outrora
grãos de prata. Sortidos em t-ouro.

Vulgar consumado no reflexo
e palavras indiretas de puro sensor.
Trilha amena
de sons e caminhos nas florestas,
marcando o exato momento
em que a lembrança desatenta a sinais falados pelas paredes
encontra o presente
de si para si.

Riso incontrolável enquanto há alguém que chora
a sede dos olhos
pelos outros que regam a imensidão tão sólida:
solidão.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Limbo dominante

Antes que a noite cubra as nuvens novamente
e dê laço em muitas canções de caramelo,
a escrita deve se atrever a tentar
refazer os passos do inconsciente.

O terceiro sonho.
Terraqueos alfinetados por oportunidades...
Possivelmente um pilantra
acompanhado por mãe e filha.
- não sua mãe, nem sua filha -
Uma atuação impecável, quando o papel serve bem como luva.

Ele traçava negociações com todo o planeta, e posteriormente em outros.
Urano.
Sétimo planeta a redor dos astros...
Mas isto é para contar depois !

Conjunto branco :
Calças, Paletó e pele pálida
como saído de um quadro no aumentativo.
Olhos castanhos e cabelo também,
penteado para a lateral.

Dedicava a seu sorriso toda a provocação que pode ser dada a um homem.

A garota leu em um plástico cor de pérola
que o amava,
e assim juntou-se a ele em um abraço.
Virou narração e fala sem nexo,
Torres de marfim contra calçadas de pedra.

Tomou as mãos dele
com olhos inocentes ouviu um murmurio...
Disse a ela algo sobre sua..intensidade
mas ela, perdida de amores
não sabia se quem falava era o personagem
ou o homem igualmente intrigante.

Deitou ao lado de seu rosto
para apenas observa-lo
Tocou a face
e inalou o perfume.
Ao levantar do chão
acordou do sonho
para a eterna ascensão do inconsciente :
ele manda e é obedecido.

Seguiu os riscos
consciente.
Concluiu :
O destino é melhor quando se dorme.

Corrosão

É perigoso
essas batidas e ciscos voando em direção aos olhos
como vertentes imensuraveis
alagados em afogamento.

Falido em diversas ordens, cometas
São por ordem ordenados
na destilaria...

Oh, destino impetuoso,
Por que definhas toda situação
e até mesmo as que pretendem situarem-se ?
Pulando uma linha, vencendo duas ligas
Honorários. Verbos bonitos...
Uma corrente jurada ao nunca mais
revestida de ouro, sim
e passados que definem
o quão triste uma quarta-feira consegue se tornar

Leu infinitas páginas
versou improvaveis rodopios de tecido
em cacos de vidro.
Não podia
vencer a morte
muito menos,
a medicação.

Tornou-se o objeto de maior admiração :
A excentricidade só.
E, da solidão
não conhecia os segredos, endereços ou disparos com pólvora.
Acomodado em deveros sinais

...

Pare. Siga.
O desconhecer
O rompimento das expectativas.
Um óculos que não corrige a visão
é só areia
em lágrimas
que não se tornarão
ti
jolos.

domingo, 17 de maio de 2015

Produtividade e profissionalismo

Uma página em branco
Chovendo para ser escrita, entre noites e compromissos
Entre pensamentos e delírios consumados.

A força da água regia o vento,
o ar conforme os dedos tocavam o céu
e as constelações, incontáveis.

Sentia medo
de perder a poesia, o amor à vida
e esta propriamente dita.
Recuava sobre frases no imperativo
e no pretérito, imperfeito.
Consolava-se, razoavelmente
com o pensamento que a solidão era uma boa companhia...
Mas os olhos gritavam mais alto
salteando do peito
em direção a um mandato sonhado.

Era pressa, era atraso
desistência e também
receio de tudo dar errado, ou de dar certo
ou de nem dar, de fa-dar
fada.

No fundo, estava exausta
Cansada  de sonecas que não cessam o sono.
Dormir novamente
talvez trouxesse a paz
de uma estória
realizada sem as marcas vermelhas
nas pontas dos dedos.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Vasto soar

A paixão havia arrebatado mais uma vez os rascunhos do poeta
Desprovido de razão
de dias, mergulhado em noite escura :
Em olhos anoitecidos.
Sucumbiu.

Regou a velocidade cada vez maior,
anestesia de adrenalina...
Três batidas na agulha e uma picada
consolada no gosto da dor.
distorções da realidade
distraído nas imersas dádivas
cantaroladas ao se observar
nuca
para todo o nunca.

Versou em si com tinta azul
no som cortante
as rosas desejadas a se ganhar.
Aproximava-se os ventos do inverno e,
com ele crises temperadas em mansidão.

Em torno da gramática
deitou a cabeça, quieto
refletindo quando poderia
prestigiar o universo com suas estrelas e poeiras de séculos passados,
em campos verdes
levemente azedos pelo toque do limão...
Toda a doçura transcrita!

Grosseira e pigmentos vermelhos
tais como sangue
domados em
mãos perdidas n'um tecido claro.
Harmonia e plenitude
abusivos de um sentimento que rege o mundo
e aquele quem aqui fala.

...

Para finalizar
e acabar com a dor daqueles que hão de ser sacrificados pelo amor,
suplico a crença
no que tenho a revelar:
Outro sonho abraçou-me
e deixou ainda mais claro
a fraqueza contida em versos românticos
e excêntricos
banhados em outros tantos advérbios,
tais como...
inconsciente enamorado.

domingo, 10 de maio de 2015

Ascender à luz

A noite implorava discursos das paredes
que, por sua vez,
gemiam os arranhões de unha.
Inspiração goles
muitíssimo mal escondidos
de bebidas tão leves quanto absinto.

Feitos sob as escadas em corredores sem portas;
um lago em frente ao espelho
tornado
eterno.

Dizeres bem construídos
e reclamados pelas costas,
apenas beldades dirigidas ao silêncio de uma rua bonita.
Boêmio.Chapéu na cabeça,
de praxe
açoitamos cada um chamado móvel
coração e rins de apostas.

Finitude em sono infinito
cujas palpebras
permanecem fechadas
antes do roçar nos lábios
feito por
um fantasma.

Jurei, pelas estrelas de uma noite razoavelmente intuitiva
que não rogaria este para tal assunto,
separei palavras sobre uma rosa seca
e guardada com amor.
Mas,
- e todas as conjunções juntas -
ao deitar-me,
com melodias tão suculentas
sonhei novamente.

Desta vez
a réstia cegou os olhos
beira piscina
em fuga de problemas ainda não criados
e monstros imaginários.
Tudo escondido, de todos
e de mim
Não agradeço a discrição,
pois não é descritiva
e sim...

outras drogas advertidas com prescrição
Os médicos não recomendam,
mas o que posso fazer
quando bate à minha porta
com as rimas que quero ouvir?

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Na árvore

Fingiu muito bem não ser também uma contradição,
disse-me isso.
No entanto, age conforme a casca riscada com meu nome
muda de cor
camaleão.

Piquenique
de sorrisos desviados
e olhares discretos.
Olhos grandes
de encontro uns aos outros
disputando
sabe-se-lá o que.

Em outras formas, falta-me 
ação.
Poesia grita suficientemente
mas não responde se é sabida.

Adeus, fome.
Matar-te-ei mais uma vez
para ver se desmaio
e alguém recolhe a minha pessoa
do chão revestido de torpor.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Refém

cercaram a cidade
estamos todos refugiados
escondidos das armas
e rezando baixo soluçando.

Sucinta :
Não aceito o perigo de tal ameaça
de ataque
sem novamente sorrir naquele abraço.

Enfim, era tudo* boato.
* exceto meus braços abertos.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

As luzes que ofegam as sombras

Havia uma vez um par de pernas
que andavam tortos em linhas retas.
Um pé na frente do outro.

Citações de morte
em verdades de medo.
A vida parecia completa em um campo vazio
cheio de nada.
Temor pelo passo seguinte
descrito nos olhos que viam
cada vez mais perto
o local de despedida.

Não tinha tempo para pensar
se a oração começava com pronome pessoal obliquo:
" Me ajuda, destino ! "
Fitava os pés virados um para o outro,
colocava o próprio cabelo atrás da orelha
e tirava a mesma mecha antes que visse-a assim.
Atormentada pelas vozes de sonhos
...

Desejara tanto ser guiada pelo inconsciente
e finalmente era.
Um sonho mandando que fizesse,
acelerando o coração,
escrevendo poemas diários
e.

As horas das madrugadas em claro eram frias
e majestosas.
As mãos e pés aos poucos encolhiam-se
para que o resto do corpo, que hesitava dormir
concordasse
e fosse de encontro à novas possibilidades.
Quando acordada, sonhava com palavras dadas
Quando dormia...
estava de mãos dadas às palavras.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Discurso de constelação

Quais as forças que conspiram ?
Sobre a insônia e madrugadas:

Engolindo o choro suave entre soluços
Invenções para melhor discernir entre o óbvio
e o encantador.
Mesmo sem provar é sabido
o quão doce deve ser...

Foram amarras fortes para que
não fosse feito uma linha sobre o então,
ao notar
já proclamo a quinta.

O morno não interessa:
ou congele ou queime o coração!
Toda e qualquer forma de arte.

A vitalidade transtornou sobre o que é a vida.
Há sempre apenas uma opção :
Ou torna-se gênio ou louco.
E, de loucuras...

Uma única luz traz vida
a uma música de qualquer passado
a ser vencido.
Foi tudo ouvido
tudo anotado em folhas de caderno que não pertence ao escritor.
Jurou ódio,
comparações e incontáveis distorções julgadas.
Não pôde..
Pois não é tarde demais :
é noite demais
( dentro de si )

Desenvolvida outras dores,
os deslizes iam sendo cada vez
mais altos. Absurdos !
Apostou a arma para a própria cabeça, mesmo não embaixo da mesa.
Todos pararam a olhar.
Um último suspiro de coragem,
não para puxar o gatilho
mas para mirar com seus olhos os outros bem a sua frente.

Toda a vida em forma de sonho
recheio de padaria.
Lembrou do passado formador
das rimas meigas
dos atos bondosos
das piadas infames
das brincadeiras secundárias de sentido
do conforto naqueles braços.

Não acreditava no fim
mas seu tórrido desespero tornou possível,
pontuando a cada piscar.

Seus lábios finalmente fechados
no aguardo do que há de vir.
Vozes, luzes e danças.
Realidade escorrida
e transbordada em feno.

Rogar? O destino não atende ligações.
É um jogo.O melhor de todos!
O problema se dá em saber jogar.
Os movimentos realizados são minuciosos
no entanto
Eu
- na primeira pessoa, pois é pessoal -
não gosto de perder partida alguma.
A palavra em si : partida
Rachadura
Deixa de local
jogo.
Raramente se é usada unilateral,
assim a gosto de usar,
múltipla como eu.

Quando foi dito que escreveria folhas e folhas
as árvores não creram
nem a criatividade.
" O que dirás ? Fruto de ti ? "
Contente, a inspiração
soprou pela nuca do ser-escrita :
" Direi que a noite é estranha,
assim como os sentimentos vindos de um sonho.''

sábado, 2 de maio de 2015

Mais detalhado

Lembrado foi que
toda e qualquer história
e principalmente as estórias
falam de amor.

Agora, qual o amor que digita em uma quinta-feira a tarde desnorteada
desigual nas linhas ?
aquele que toma os sonhos e
lacra os lábios do sonhado
para jurar segredo a ninguém?
aquele
inusitado, guiado pelo inconsciente e passos em falso?
aquele que não será apagado depois que fugir...

Dentre a friagem
surgiu! Tornou as estrelas cometas
Fez do poeta um fingidor profissional...

No modo automático
Cantarola a música muito alto
desprende as fivelas
Despe-se :
Covardia e segredos jogados no chão de madeira.
Dirige-se ao espelho
e não encontra reflexo,
apenas marcas de luz.

Amor a vida
ou ao medo de viver.
Comodismo entre goles de anestesia
das agulhas mais finas e douradas.
Reluzentes e perpétuas
indolor, é dito;
quando o amor é vestido de frio no verão
bordado com lágrimas
e sorrido
entre ser singelo e desumano.
Duzia e arames
O amor para uma parede bonita
refletida sem espelho.
o amor mais puro:
Amor pela palavra amor.