quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Conflito de personalidades


Quantas vezes sucumbe a cobra
Na culpa da crase.
À lebre,  sinceras palavras de tentativa de consolo:
Corre,  meu bem,  Corre para longe.
Esquece dos teus saltos
E foge para lá das colinas,  para detrás do deserto.
Fique atenta
Pois ela lhe encontrará
E tudo que pode fazer é fugir.

Ela se disfarça de amigo,  de companhia ou duelo que pode ser vencido.
Não seja tola
Como dessas tantas vezes
Em crer nas palavras doutrinárias
E lambuzadas de Mel:
Não molhe seus lábios,
A fala é seu poder.

Chega no sono
E transforma-se em madrugada acesa
Que ascende à luz.
Toma os olhos como dois copos
Em um só gole
Para embriagar as visões de passado e futuro,
intermédio e angústia.

O pior não é como a cobra escreve ou descreve,
o pior é que ela é metáfora,
sim, ela é.
Mas não para alguém que possa atrapalhar, mas para uma lebre
que já foi predadora em vidas passadas.
Não há reflexo teu se não há espelho aqui.

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