domingo, 29 de janeiro de 2017

Instigantes suspiros contra a cama

Nada pareceu mudar
Em nomenclaturas novas
Mudanças e aluguéis,
As tardes continuaram a descer contra a cortina
E abandonar o calor.

O passo de valsa com saias rodadas em uma vida utópica
Era - mas não do passado
Era de época
Era da fantasia.
Era em que as mãos tinham olhos
E tardavam em ressaca.

Não seria a primeira vez que me enganava
Mas talvez a última.
Tudo mudou
O filme acabou e os olhos demoraram a se encher
D'alma.

Mesmo que eu dancasse ao som de jazz
Sob um céu estrelado
Meus pés ainda estariam fartos
De caminhos tortuosos,
De promessas não cumpridas serem mais relevantes que as não feitas
Porém válidas.

É verão
E a calçada queima.
O suor sob meu rosto não é só meu
É a onda salgada
Puxando para o oceano
...
Pacífico.

( e talvez tudo seja entendido errado.Tudo e um pouco mais porque tudo acontece junto, mas nem todos permanecem juntos.)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Realeza, realidade e realizações

Era uma vez uma princesa que usava um longo e volumoso vestido azul, ainda mais volumoso quando ela rodopiava pelo salão de festas imaginando sua grande noite. A princesa muito foi mantida longe das rocas de fiar, de tanto que dormiu uma vez, assim como os sapatos de cristal não eram opção junto de seu vestido azul. Vestido esse que começara a encolher e soltar sua cor na princesa - mas ela não se importava, já que muito gostava daquela cor.
A princesa azul não conseguia facilmente agora tirar seu vestido, mas a ajuda apareceu. A princesa arrancou logo sua tiara e mergulhou em águas rasas de um inverno em estação errada, de cor quase mais branca do que era sua pele. Uma luz acordou a princesa de seu devaneio durante banquete de sua noite. A sobremesa faltara.
Cheia de graça ela cruzou o salão em busca de um açúcar mais doce que suas visões, em vão. Achou um morango e espetou-o com uma faca de prata. Sozinha em uma mesa ela degustou a fruta e fechou os olhos em sono eterno.
Nem adormecida, nem gata borralheira, a princesa azul não sabia ainda qual era sua história, assim sentia no mais profundo de seus tons que o céu estrelado agia sobre ela.
Ela muito gostava de ser azul, como a água e o céu que regam; mas só a Lua prateada como a faca que levara à boca podia andar ante os dois.