segunda-feira, 30 de novembro de 2020

aqui dentro ecoa

 Aqui no meu quarto a chuva é bem barulhenta

e não deixa ouvir as batidas 

De que tudo mudou de lugar 

Meu espaço no canto daquela sala 

Na esquina da minha mente com minha inquietude.


O sono me derruba 

Três lances de escada 

Abaixo 

De onde já estive.

Não é um pódio, apenas degraus altos demais pra se subir 

E escalar, escapar de outra dose abusiva 

Noite adentro nas manhãs mal dormidas.


Estou envolta num plástico bolha 

Cheia de manchas e manias dispersas 

Irregulares na pele 

Tese ou mapa antigo pra esse local

que insiste em me expulsar.


Minha garganta aguarda

no seco ou gelado, quais os comprimidos descerão

junto do corpo ao chão.

Certa vez me intitulei assim...e no fundo sabia

que sempre fôra

fora daqui

dessa jaula de barras espessas e frias -

inconsequentes