segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Vertigem

A vida segue no inconsciente
Nos sonhos mais coloridos
E mais delineados que a chuva que aqui cai.
Fraqueza no corpo
Que adormece mesmo acordado
E tenta desmaio
Perdendo a visão.
Basta pouco para abandonar a realidade
E os jogos de final de semana para também esquecer
Suspiro
De sono
Ou falta de fôlego.

A doença retorna
E eu peço para que fique,
É uma companhia estável,  fiel.
Uma vez,  uma de minhas psicólogas
- não me recordo qual -
Disse que o meu quarto representa-me
E primeiro preciso arrumar o cômodo
Para me acomodar.
Hoje aqui não está bagunçado
Mas confuso
Do porquê cadernos velhos estão sobre a mesa,
Sapatos novos estão escondidos
E os cobertores na cama
Em pleno verão
- mesmo sabendo que só a assim durmo
Por todo o ano -.

Se fosse só açúcar que faltasse no sangue
O veneno bastaria.
Se fossem poucos os motivos de escrita,
O sono calaria os dedos
E a boca ja fechada,
Mesmo inquieta
Derramando pensamentos e dramas.
Os olhos caem aos poucos
Cansados
Porque sabem
Que ao adormecer
Podem fazer o que quiserem
Desde que o controle continue comigo.

Não há folhas escondidas debaixo da cama
Pois todos os papéis
que não escrevi à mão
( pra você )
devem ter derretido.

Está quente demais,
o verão corrói
e ainda assim
você que fumaça na sua boca
uma companhia na cama
e uma canção calorosa.
Enquanto isso
só peço que congele
meu coração
e as lágrimas vestidas de suor.