domingo, 24 de janeiro de 2016

Estalo em madeira florestal

Sob instintos
verdes na selva
um animal rodeia o outro
com um olhar certeiro
e lábios de fome.

Os sons ao redor permaneceram estáticos
remanescentes de qualquer que fosse a voz.
A noite despertou depois de muitas lágrimas
e outras que se passaram.

Voltara em relâmpago
raio que tende a cair duas vezes no mesmo lugar.
Os trovões se estendem pela pele
Vagando entre as luzes da janela.

Hoje as paredes estão confusas, 
Desconhecem o vigor e o rubro das maçãs.
Tendentes a sonhar com açúcar
Esquecem o troco quando mordem o doce.

Detalhes configurados ao esquecimento permanecem vivos e dourados.
Os poetas não sabem ser quando realizados,
Perdem a essência...
Mas
Ainda são flor.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O calor que derrete o Sol

Pouco tempo
tanto ao norte como ao Sul.
Um desenho que se torna colorido em meio a dedos trêmulos
em uma noite de fogo.

Um desespero enorme desabrigou minha alma
tirou-a do peito
que realmente doía,
desesperado por amparo.
As palavras desconhecidas longe
eram as que conhecia,
não porque as tomava para si
mas porque são da mesma água
lá, mar
aqui, rio.

De toda a dor que desenterrou a saúde,
a temperatura subia novamente
sem febre.
Um pensamento atravessava os olhos:
visões e resquícios de lembranças.
Detalhes precisos no papel
que a chuva não molhou,
mas ainda assim adoeceu
gritante
entre os dentes
juntos com os fios dourados,
desbotados ainda de noites passadas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A-guardado

De todas as formas
Em comparações e metáforas
O hiato tem fim.

As performances engolem livros 
mas a plateia é de silêncio.

A escrita toma sua forma novamente bêbada de coragem, 
Mesmo doente
- Mas,  uma estrofe por vez -

O ponteiro gira terno e desatento até encontrar a nova hora que há muito aguardava
Quase como Cinderela
Mas é depois do bater das 12 horas que a noite cobre o céu
Encobre
Em cobre.