segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Caminhos e o que mais puder cruzar

Nessa cidade eu olho todas as ruas e entradas tentando ver semelhanças ou encontrar a exatidão
E muitas vezes em minhas histórias eu soube ou não os endereços e subi ruas e morri com freios de mão na boca
Na minha
e lembro das vezes que segurava as pérolas das marias do terço na boca, diziam não ser certo.

E as misturas de circo e sonhos estranhos, nomes errados
é o palco perfeito feito de igreja, ajoelhada aos pés da cruz proferindo e profanando a pureza que queriam que eu uma vez guardasse
mas eu crucifico novamente
açoitada por seus mandamentos, assinando, que assim seja, meus pecados.

E o que era palco e luzes acesas se tornou missa, reza baixa que dura a noite toda e, de tão bem escrita, dá pra lembrar depois de acordar quando for.

Eu não lembro o que no sagrado dos textos carregava aquela cor, mas provavelmente nada que eu lembre para ter efeito igual
mas em dado momento o orvalho escorreu dos olhos de algum anjo e eu me caí por terra 
terra que os pés gelados rodam 
e os olhos rolam

...

eu quero voltar pra igreja
e sentar no primeiro banco, esquecer o confessionário - a menos que seja aqui
paganismo vai virar pomba na frente do prédio
desde que a óstia seja dada na língua

amém