quarta-feira, 3 de maio de 2017

Desabafo de dores antigas

Eu tenho medo.
De um passado brincar de presente
De um título
Um assunto jurado nunca mais virar motivo para uma palavra sequer
Virar poesia.
Poesia ruim
Virada na panela com pouco sal.
É uma escol(h)a
Já indicada na terapia citada
De confrontar o perigo
Para vence-lo:
Pena que esse jogo não tem regras
E sou boa em perder.
Não pularei linhas
Nem as de expressão
Das lágrimas e sorrisos que causou,
Da loucura que criou em minha mente.
Quando falam de loucura a poesia é breve, simbólica
Mas uns versos feitos assim
Em tom de suspiro antes de abrir a porta
De auto aprovação
Fala de loucura real
De remédio e internação
De rasgo jamais tido em papel
-bem escrito demais-
Pele e parede.
Eu ainda tenho medo
Mas maior certeza de estar pronta
De melhor enfrentar sabendo do desafio
Do que levar um tapa não esperado.
O tempo passou e muita coisa mudou,
Tornei-me mais eu
E menos do que criei ser.
O mal criado fez bem
Mesmo depois de saber que esse existia e este era falso,
Fez bem e fez parte
Mas não é todo
-não mais.


Assinado com firmeza e certeza de que qualquer espelho confirmaria autoria.

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