segunda-feira, 15 de maio de 2017

Anatomia de uma meditação

Todo ar que entra vinculado
Em perfume
Respira e gira a cabeça
Para longe de si.

São camadas de luz
Cores que todos os lápises desistiram de reproduzir:
Noite queimada em laranja,
Escuro morto em luar.

O ar que sai
Desesperado
Entre um fôlego desprendido do corpo,
De experiência extrassensorial
De vidas presentes
Implorando futuro
É cristalino
Como o globo da vidente que insiste em nada contar.

Os ossos estralam
Estrelas
Entre as tristezas trêmulas
Da Palma da mão.
...
Coração que sai pela boca
De certeza no infarto
Sabe de seus batimentos
E todas as batidas
Em outros
E bebidas, afogadas entre músicas iguais.

Inspira o ar
Inspira ação
Inspiração
Piração.
Pois se todo escritor tem pouco de escrita,
Todo médico há de ter pouco do louco.
Louvado seja
Aqueles que não morrem na falta de ar.te.

Traz-me pra uma saudade tão grande que não cabe em metáfora que não cabe em sentença nem em linha mas não liga pra linha porque linha é fio é frio é memória que se aquece debaixo do meu cobertor que não sabe que é feito de linha só sabe que é feito de saudade.

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