quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Marcas de dicionário

Eu queria escrever algo bonitinho, rimado pra referência
mas a coragem ainda falta,
e continuo jogada na cama.

Das escritas que conheço,
palavras com pernas e braços, vozes e rostos
percebo o quão bom o ano tem sido.
Ainda não é Natal - mas quem sabe você agora, leitor, esteja no Natal
em Natal;
mas já é época de tarde
de falar das belezas do ano.

Ando muito nostálgica, com saudade da facilidade
ou da época que nem em sonhos precisava tanto escrever :
escrever e não recitar.

Voltando ao assunto, estilos diferentes
leituras anônimas e músicas boas que fazem mal.
Vejo cada verso como um tijolo
criando uma muralha firme, colorida
e excessivamente alta:
tudo que se pode ver e é permitido - por mim- a ver
são palavras.
As palavras amigas, conhecidas
tocam mais que as mortas em livros
pois as vemos
de longe ou não,
sentimos o perfume ou não -
porque não importa.

....

A vida se prova que a poesia é palpável
não é  lenda
ou história pra dormir.
Os traços da pena
voam da pele
e esmaecem...

Sinto que infelizmente
tenho tornado tudo mais macio
e fácil de análise.
Culpa minha
de tomar nos olhos e tornar-me mais feliz
e, feliz não saber mais escrever.
Mas o problema não é estar feliz,
pois a felicidade gera bobas cartas de amor
no entanto, minhas promessas tem se tornado fortes;
não gere o poema
até que ele peça
com educação
com vontade
com ardor
com virtude
para nascer.

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