Uma página em branco
Chovendo para ser escrita, entre noites e compromissos
Entre pensamentos e delírios consumados.
A força da água regia o vento,
o ar conforme os dedos tocavam o céu
e as constelações, incontáveis.
Sentia medo
de perder a poesia, o amor à vida
e esta propriamente dita.
Recuava sobre frases no imperativo
e no pretérito, imperfeito.
Consolava-se, razoavelmente
com o pensamento que a solidão era uma boa companhia...
Mas os olhos gritavam mais alto
salteando do peito
em direção a um mandato sonhado.
Era pressa, era atraso
desistência e também
receio de tudo dar errado, ou de dar certo
ou de nem dar, de fa-dar
fada.
No fundo, estava exausta
Cansada de sonecas que não cessam o sono.
Dormir novamente
talvez trouxesse a paz
de uma estória
realizada sem as marcas vermelhas
nas pontas dos dedos.
B²
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