Havia uma vez um par de pernas
que andavam tortos em linhas retas.
Um pé na frente do outro.
Citações de morte
em verdades de medo.
A vida parecia completa em um campo vazio
cheio de nada.
Temor pelo passo seguinte
descrito nos olhos que viam
cada vez mais perto
o local de despedida.
Não tinha tempo para pensar
se a oração começava com pronome pessoal obliquo:
" Me ajuda, destino ! "
Fitava os pés virados um para o outro,
colocava o próprio cabelo atrás da orelha
e tirava a mesma mecha antes que visse-a assim.
Atormentada pelas vozes de sonhos
...
Desejara tanto ser guiada pelo inconsciente
e finalmente era.
Um sonho mandando que fizesse,
acelerando o coração,
escrevendo poemas diários
e.
As horas das madrugadas em claro eram frias
e majestosas.
As mãos e pés aos poucos encolhiam-se
para que o resto do corpo, que hesitava dormir
concordasse
e fosse de encontro à novas possibilidades.
Quando acordada, sonhava com palavras dadas
Quando dormia...
estava de mãos dadas às palavras.
B²
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