quarta-feira, 27 de maio de 2015

O sorriso ensanguentado da Lua

Dominado pelo desejo e frustração,
as palavras do homem contemporâneo surgem em meio às cinzas.
O que é visto nem sempre é o que deixa ser,
por não saber se representar
ou,pior e maravilhosamente,
quando isto é desejado :
dissimulação.

A vontade de querer viver.
A filosofia ainda regia as mãos do poeta
cujo nome ainda estava enterrado,
vetado às amarras de cordas finas.
O desejo em uma ansiedade eterna circular,
um pelo outro e nenhum recíproco,
cheios de palavras dadas desassociadas de um período.
O anseio e revogação para sopros ideais em um vento nublado,
perigoso em cores sofridas
artísticas veneradas.

A música possibilita que as mãos escorram
sem precisar se virar e mirar os olhos
- que não estão a ver o que se desejaria.
Um mundo de beldades aleatórias
sem compromissos
vencidos no monólogo aos dedos,
lambuzados de sangue e venerado
- quando não repetido sem honra -
dado à boca jamais chamada de lábios,
melódicos quando caramelizados marcados com digitais.

Quando um relógio inexistente toma mais sorte
que a força regente das palavras,
pois bebe do toque do rosto branco :
Seguinte ao pulso de quebras vermelhas,
inspirações em gestos e teclas de marfim, majestosos.
A realidade, maldita, fundada em tolices ri ao ver
o amor às mãos
de toque possivelmente leve, deduzidos de cinco em cinco,
dormentes.
Todas as juntas gritam anéis de dor.

Ao lançar um beijo,
o toque à medição da fala pede,implora
a segregação de cada célula branca e sorrida,
para se tornar possível recolher cada caco cortante no chão.

E, se perguntasse o que é o amor,
o que seria respondido?
Ou, pior,
o que não se pode responder?
A primeira imagem representada em uma mente perturbada
dissolvida na estética da solidão :
o esperar, dia após dia,
noites e madrugadas,
por uma despedida.
A dor nas costas pertence à saudade da própria,
nunca vivido e puramente desejado :
metalinguístico e excessivo dos objetos pecados na...
dormente palma.

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