terça-feira, 11 de abril de 2017

Clame por um adjetivo

Muito murmúrio monta mu(r)ros.

A quietude da fala
De uma mente pura ao ouvir alheio
É a voz necessária:
A voz de um eu lírico rouco
Por ter muito gritado silêncios.

Ante aos antes e depois
Porém, quanto ao durante
Quanto antes possível.
A noite cai
E derruba todos da terra ao céu.

Palavras milimetricamente conduzidas
Para não serem arma na mão de outros
Ou, pior
Arma dada
E posta à boca
Por si próprio.
Nem toda arma mata de gatilho.
...
Que um dia
No depois mencionado
Possa ser noite durante o dia
Sem que a luz da Lua cege.

Um corpo que dói da luta
Cravada na pele
Menos doce que tatuagem
Nem tão cortante como cicatriz:
Digital
Que dispensa escrita ou assinatura,
Texto que só as paredes ouviram
Declamar
Como se poesia bebesse deste co(r)po.

E quem sabe até, talvez.

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