Harmonias riscadas e desconfiguradas em final de festa.
Blues e jazz, gritos e estalos
um ardor no peito atingido pelas batidas do relógio.
O caos não tinha poder suficiente contra uma alma faminta.
Uma poesia amarga na boca
e coerente na veia.
Perante o silêncio, escondia pronuncias
deixadas para serem reveladas, quem sabe,
em outros sonhos desacordados das manhãs.
Nem sal, nem açúcar:
Água.
Movimentos de líquido e cachoeira entre o sedento,
o seco e a garganta cortante.
Eram tempos sem chuva
pois as tempestades inundavam de dentro para fora
em um eterno devir de continuidade.
Entre lençóis e cobertas
o frio e as ideias brotavam do teto,
desabando cada vez mais
até atingir o corpo repousado.
Uma vez atingido, adormece em sons de sopro
para acordar em dias de realidade.
Todas as noites se mostravam indiferentes
quanto a impessoalidade demonstrada sobre o que olhos escuros vêm.
A prece tem de ser diária, diário;
não escrita por gosto
mas rabiscada por desespero.
Por fim ou fome,
deve-se concluir
pois as palavras sabem a hora de fugir:
instantes antes de tornarem-se armas
de fogo
água
ou saliva.
B²
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