quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Olhos em luz

Não se iluda
O alaranjado que ilumina a noite
Não a tornará dia.
A escuridão esconde muito segredos
E dívidas ainda não pagas.

Todo pôr do Sol é um fechar de olhos
Para se abrir a boca
E falar o que a luz não alcança
Com a aceitação de vias ainda mais desconhecidas.

...

O que apetece é adubo
Em terra muito fértil
Ainda não regada.
Se os botões das Rosas azuis pudessem falar
De mansinho vingariam todos os jogos de sorte e azar que já passaram
Bem me quer
Mal me quer
Arrancaram elas partes de nós.
Seriam elas as responsáveis por cada morte interior
E não quem optamos por.

Abra os olhos
Enquanto for dia e puder sentir o calor do Sol cegar-lhe
Pois quando o frio chegar
Depois das seis da tarde,
Ah
Saberá que luz buscar
E aonde arrancar uma flor
Para que floresça outra das cinzas
De malditos girassóis
E amores antigos.
As formas destes são esquecidas
Porque a noite não permite muito ser visto,
Assim
Antes de dormir
Feche os olhos
E ascenda-me.

Os fósforos acabaram
E o fogo insiste na lareira.


Nenhum comentário:

Postar um comentário