quarta-feira, 2 de março de 2016

Morcegos de chuva

Um acesso de delírio repentino.

Uma força percorre a terra sedenta.
Não é mais tempo de metáforas, são insuficientes.

As letras escapam
como o controle.
Um relampejo de vôo faz o corpo e a alma transitar
entre tempos e memórias,
Um viagem no tempo.
...
É capaz de acreditar nesse tipo de magia?

Vindo de um sopro e texturas
de notas repetidas na música, de mesma intensidade.
São nesses declínios de vivência que
por ser desatenta ou fraca
a razão cede.
sede.

Os sons são abafados pela ausência de pudor.
As madrugadas gritam alto, bem como as lembranças.
Talvez então os agudos possam ser relevados:
Vamos cultivar vogais
e cortar na luz do dia
tudo que não interessar à noite.
Camuflemo-nos em constelações
para invejar a Lua
e cegar o Sol.

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