quarta-feira, 29 de julho de 2015

Repetições e corridas

O tempo estava se esgotando
E ela corria
mais rápido do que poderia qualquer um.
A luz do dia já se transformara em pôr do sol
e ela tinha de correr
do uso da primeira pessoa.

Jogada na cama não tinha utilidade,
independentemente se tivesse se jogado
ou se fosse jogada por um terceiro.

Meias coloridas nos tênis novos, desconfortáveis.
O ar, agora vento,
lambia seus cabelos
e violentava seus pés.
Sangravam as fases da Lua.

O local ainda estava longe
e ela acreditava piamente que,
se coresse, cruzaria os mares de semanas
em alguns minutos.

Sem sono.
Era melhor achar algo para comer
ou papel para limpar o suor.
Mas, uma melodia longe atinge o chão
onde por alguma brincadeira da vida
ela está deitada.

Seria um belo fim o atropelamento...
Mas há melhores dias
com chuvas piores.
Entre os ouvidos os tons embalam como no colo
e adormecem.
Como feto fica lá, derramado
e molhado de tudo que já foi escrito em sua pele
mas agora derrete...
Porque a permanência ali
é sentença de corte.

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