Visto minhas luvas, não mais toco em ti
Teu corpo tão longe do meu, independente das crises
no mundo ou no teu quarto
nos teus olhos ou nos meus.
Toda a cor que me falta, mas mãos, na pele que corre em meu corpo
me despe ingrata, indigna de reflexo
em qualquer espelho quebrado nesse caminho
até teus pés, até o cerne dessa história
que insiste em não me deixar dormir
e invade meus sonhos, quando consigo.
O preto e o branco na minha superfície batalham pelo espaço
entre os traços de um passado conturbado e as manchas que ele trouxe.
Sou roupa desbotada no fundo da máquina
e pingo no varal todas as lágrimas e drinks e dores.
O que resta de cor tende a escorrer, mas às vezes
tal como tudo há de ser, forma mares e ondas bonitas no chão do banheiro antes de ir embora
-como ti.
B²
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