domingo, 7 de julho de 2019

Depois de tempos com os pés no chão

O tempo age de diferentes formas, mas sempre age. Como as lágrimas em dia santo, inevitavelmente o fogo cessa, até virar apenas queimadas pelo céu, um véu preto sob os olhos.
São muitas estradas e caminhos para chegar em um lugar ainda incerto, infértil. O sol nasce no Sul e se põe no Norte de uma rodovia em reforma. Os pés cansam de andar, rastejar e se arrastarem no asfalto. As pedras estão marcadas na sola, nelas não há água que regue flor alguma. A rosa sozinha em frente à cama que não me pertence fita meus espinhos e repele minha pele no áspero dos lençóis. Essas gotas de orvalho tendem a me queimar, esgotando o frio em meus pés: cada vértice e versículo verde em mim.
Não os cubra com falsas verdades, mesmo que reflexos de expectativas- trincadas no espelho.Não existe corte de vidro no teu olho, eu quem deveria colocar os óculos, chorar o que os pulsos não têm permissão de rasgar- e rasgar.
Tuas palavras me doem sem disfarces de metáforas e sem medidas.
Nada aflige mais que as mãos tentando alcançar o que já perderam.

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