domingo, 20 de novembro de 2016

A Ceia

Se o oráculo e a bola de cristal não mentiram
Antes que o ano acabe, acabo.
E a dor toma meu peito
Alastra do lado do coração
E transforma cada riso em lamentação.

Parece uma poesia triste
Daquelas de madrugada cheias de trabalho para fazer
E entupidas de café.
Mas já deveria saber
Que não bebo café.

O fim de ano sempre foi uma alegria imensurável
Uma gramática perfeita
Em que a correria pode sim
Agradar ao ansioso.
E com ela essas dores
Sentimentos de que cada noite é mais próxima da outra
E mais gritantes da minha.

Cada pôr do Sol promete uma nova Lua
A maior de todas
Que sangra no escuro das estrelas,
E até que ela cresce
Como uma bexiga de aniversário
Prestes
A
Estourar.

Quero os doces que caem sobre meus pés
Come-Los antes que virem ontem
Lamber os dedos
E limpa-los na roupa
Que vai para o chão
Ser desp(ed)ida.

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