domingo, 12 de junho de 2016

O dia mais longo de minha existência

Antecipação
Dúzias de rosas fictícias espalhadas pelo chão de madeira do quarto
Todas azuis.
A cortina amarela ilumina a meio fio
Do que pode ser a luz da lua ou da rua.
Faz frio
Um frio que faz parecer que jamais vivi o inverno
E talvez não tenha mesmo.
As datas somente se repetem
E o verão some aos poucos
Das marcas das costas
E do olhar.
Foi um dia lindo
Desses que o Sol não esquenta,
Mas é suficiente.
Foi uma tarde estranha:
Sonolenta e enjoativa de amores alheios. É noite...
E tudo que a escuridão não mostra,  desmorona rasgando os pulmões.
A respiração falhou.
De que adianta gritar?
As flores ouvem os sussurros
E é isto que importa.
Como pode um mês antecedendo-me dilacerar assim? 
...
Depois de um súbito fechar de olhos
Afoguei-me na chuva que não caiu
Ainda.

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